Retomando
movimentos artístico- -literários pós-Idade Média
O Humanismo foi um movimento
de transição entre o Trovadorismo e o Renascimento, um movimento artístico e
intelectual que teve seu início no século XIV, com o surgimento da burguesia.
Ele foi caracterizado pela presença de elementos medievais e renascentistas,
valorizando tanto a Antiguidade Clássica quanto o Antropocentrismo, ou seja, o
homem passa a ser visto como o centro de todas as coisas. Autores e obras de
língua portuguesa: Gil Vicente (teatro) – criador de autos e farsas famosos
(Auto da Barca do Inferno, Farsa de Inês Pereira, entre outros); Garcia Resende
(poesia) – criou o Cancioneiro geral, compilação de composições amorosas e
satíricas de diversos autores; Fernão Lopes (crônicas) – escreveu crônicas
palacianas.
(UEMA
2016) O auto da barca do inferno é uma das três peças que compõem a “Trilogia
das barcas” do teatro vicentino. Leia o excerto. ANJO: Que mandais? FIDALGO:
Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a barca do paraíso é esta em que
navegais. ANJO: Esta é; que lhe buscais? FIDALGO: Que me deixeis embarcar; sou
fidalgo de solar, é bem que me recolhais. [...] ANJO: Pra vossa fantasia mui
pequena é esta barca. FIDALGO: Pra senhor de tal marca não há aqui mais
cortesia?
Os diálogos entre o anjo e o
fidalgo põem em discussão não
só os valores de um mundo
medieval, mas também do mundo
contemporâneo. A atualidade
dessa discussão decorre de que
o homem de hoje, ainda, assume
falsos posicionamentos
semelhantes ao de uma das
personagens da cena. Essa
atualidade é apresentada, por
meio de
a. limitações retóricas.
b. atos de falas impositivas.
c. alianças subversivas.
d. falhas na comunicação.
e. comportamentos
antidemocráticos.
O
Renascimento foi um importante movimento de caráter artístico, cultural e
científico que aconteceu na passagem da Idade Média para a Moderna. O
Antropocentrismo (o homem no centro de todas as coisas) pôs fim ao pensamento
teocentrista (Deus no centro de tudo) que reinou durante toda a Idade Média,
transformando sensivelmente a forma de o homem ver e se perceber no mundo.
Entretanto, isso não significou um rompimento com Deus, mas fez surgir um novo
conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época.
A razão era vista como uma manifestação do espírito e colocava o ser humano
mais próximo de Deus. Outra influência foi a corrente filosófica Humanismo.
Renascimento
Período
de grandes obras da arte e da literatura universais, como: Petrarca
(literatura) – De África e Odes a Laura; Dante Alighieri (literatura) – A
divina comédia (século XIV, com características renascentistas); Miguel de
Cervantes (literatura) – Dom Quixote de La Mancha (século XVII, Idade Moderna);
Giotto di Bondone (artes visuais) – O beijo de Judas, Juízo final, A lamentação
e Lamento ante Cristo Morto; Leonardo da Vinci (artes visuais) – Mona Lisa
Leonardo
Da Vinci escreveu a respeito deste desenho: “Vitrúvio, o arquiteto, afirmava em
sua obra sobre arquitetura que as medidas do corpo humano são as seguintes: 4
dedos formam 1 palmo e 4 palmos formam 1 pé, 6 palmos formam um côvado (medida
de comprimento antiga, equivalente a 66 cm); e 4 côvados formam a altura de um
homem. E 4 côvados formam 1 passo, e 24 palmos formam um homem. [...]”
O
homem vitruviano, 1492, lápis e tinta sobre papel, Leonardo da Vinci, Gallerie
dell’Accademia, Veneza, Itália.
A partir do que você entendeu
sobre o Renascimento, explique como esta
obra, O homem vitruviano, pode ser considerada
um símbolo do movimento.
A obra revela a substituição
do pensamento teocêntrico, em que Deus é visto como centro de todas a coisas,
para o Antropocentrismo, em que o homem
é o centro de tudo.
Relacione a obra de Leonardo
da Vinci com os conceitos do Teocentrismo e do Antropocentrismo.
A obra revela a substituição
do pensamento teocêntrico, em que Deus é visto como centro de todas a coisas,
para o Antropocentrismo, em que o homem é o centro de tudo.
Classicismo
Movimento cultural, entre os
séculos XV e XVI, que propunha um retorno aos valores clássicos das culturas
gregas e romanas. Assim, os artistas classicistas retomavam questões de forma e
de temas da Antiguidade Clássica. Na literatura portuguesa: • Autor: Luís Vaz
de Camões • Obra: Os Lusíadas Classicismo Camões, em Os Lusíadas, romance em
forma de poema épico, nacionalista, que exalta as grandes navegações e o povo
português. É com essa obra que Camões coloca a língua portuguesa, antes sem
projeção, no mapa da literatura.
O Barroco
Iniciou-se em Portugal em 1580,
ano da morte de Luís de Camões. Foi um período de transição, com avanço da
ciência, o que causou atritos com questões religiosas. Na literatura
brasileira: • Autor: Padre Antônio Vieira • Obra: Sermões O Barroco Aleijadinho
(1738-1814) foi um escultor e arquiteto brasileiro e um grande representante do
Barroco nas artes visuais.
O Arcadismo
Teve início em Portugal, em 1756, com a
fundação da Arcádia Lusitana, e terminou em 1825, com a publicação do romance
Camões, de Almeida Garret, que inaugurou o Romantismo português. Na literatura
brasileira: • Autor: Cláudio Manoel da Costa • Obra: Obras poéticas O Arcadismo
O Arcadismo no Brasil começou no ano de 1768, com o livro Obras poéticas, de
Cláudio Manuel da Costa, que usava o pseudônimo de Glauceste Satúrnio.
Na prática Soneto VII Onde estou?
Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele
prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido
esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me
esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam
perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. (Enem 2016) Linguagens
– Interpretação Leia o soneto de Cláudio Manoel da Costa e escolha a
alternativa que responde à questão posta no slide a seguir. INEP, ENEM 2016 –
Linguagens, caderno amarelo, p. 7)
Eu me engano: a região esta não
era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo
degenera! a. angústia provocada pela sensação de solidão. b. resignação diante
das mudanças do meio ambiente. c. empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia
da terra. d. dúvida existencial em face do espaço desconhecido. e. intenção de
recriar o passado por meio da paisagem.
No soneto de Cláudio Manuel da
Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que
transparece c. empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra. Letra C
– a empatia entre o eu lírico e a paisagem é criada, porque os males presentes
no eu lírico se misturam à paisagem, que surge degenerada. Lembre-se: no
Humanismo, o homem é o centro, e não a paisagem.
Pesquisa Pesquisem sobre os
tópicos abaixo para vocês entenderem um pouco mais os movimentos que estudamos
hoje:
I. Humanismo
II. Renascimento Façam um resumo
em seu caderno com as principais descobertas sobre cada movimento