domingo, 17 de março de 2024

Usos da voz


Ouçam a radionovela elaborada por estudantes do Ensino Médio, intitulada “Casmurros de Família”, que teve como inspiração a obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Observem, atentamente, as estratégias usadas para a adaptação e os usos da voz.


 

Na adaptação que vocês ouviram, ficam evidentes várias adequações feitas para transpor um trecho de um romance para um formato próximo ao de uma radionovela ou de um podcast. Os atores precisaram preocupar-se com a impostação e a entonação de voz, e os recursos sonoros contribuíram significativamente para aquilo que pretendiam comunicar. O rádio teve grande importância na cultura brasileira no século XX, para compartilhar informações e entretenimento, já que, antes da massificação da televisão, era presente em praticamente todas as residências brasileiras, e as radionovelas obtinham grande popularidade.


Atualmente, muitas plataformas de compartilhamento de áudio trazem radionovelas e outras produções literárias que resgatam uma tradição na qual os usos da voz são fundamentais para garantir a efetiva comunicação com o público ouvinte.

Dentre as técnicas necessárias para um bom desempenho ao falar em público, estão as relacionadas aos usos da voz. Falar em público requer o desenvolvimento de muitas habilidades por parte do orador. Elementos, como sentir o momento ideal para mudar a entonação durante a fala, controlar as expressões faciais e corporais, lembrar-se de um roteiro, do posicionamento no palco, interagir com o público, fazer rir ou emocionar, fazem parte de algumas das habilidades encontradas em um bom orador.
O surgimento dos podcasts abriu muitas possibilidades de produzir conteúdo digital a partir da adaptação de obras literárias de sucesso, por exemplo. Um dos quesitos para trabalhar a adaptação de uma obra para qualquer mídia é a capacidade de utilizar a criatividade para adequar o que for necessário, com o objetivo de produzir uma obra autoral, que consiga diferenciar-se do original, porém mantendo suas características principais.
É preciso, ao produzir conteúdo no qual a voz se destaque, lembrar dos elementos aos quais é necessário se atentar: Respiração – é importante falar calmamente, fazendo breves pausas de uma frase para a outra. Para tanto, é fundamental planejar o discurso e o ritmo e treinar o diafragma (músculo localizado logo abaixo dos pulmões), dentre outras possibilidades. Impostação vocal – é o uso da ressonância corporal para projetar os sons. Ter esse domínio possibilita ser ouvido por toda a plateia, mesmo sem o uso de microfone, como no teatro.
Entonação – relaciona-se com o volume da voz e com o ritmo com que se fala, com alternações entre mais alto, mais baixo, ênfase em determinadas palavras, por exemplo. A combinação de todos esses elementos contribui para garantir a progressão lógica daquilo que se pretende comunicar, ou seja, o desenvolvimento de um mesmo assunto de forma que todos os subtópicos estejam relacionados e obedeçam a linha de raciocínio objetivada.


Em 2021, a radionovela faz 80 anos no Brasil e, para celebrar a data, a EBC regravou uma cena da primeira obra do gênero e grande sucesso de público em 1941, o folhetim "Em Busca da Felicidade". Ouça atentamente, observando os usos da voz feitos pelos atores. 

Em duplas, façam anotações a partir dos seguintes itens: 
● O tom de voz dos atores foi adequado? 
● Eles mantiveram o ritmo ao falar? 
● O desenvolvimento das falas promoveram uma progressão lógica da cena?
 ● Os recursos sonoros utilizados auxiliaram a criação de um “clima” para a cena? 




Compartilhem com a turma as observações das duplas, na próxima aula. 


 

terça-feira, 5 de março de 2024

Oratória - Linguagem corporal

 Aula 03



O desafio aqui é contar um fato vivido ou presenciado por você, relacionando a sua fala à linguagem corporal, em apenas 1 minuto.

Inspire-se no vídeo assistido e esteja atento aos seus gestos, à sua movimentação e à sua fisionomia.

Cada um terá 5 minutos para elaborar a fala, 1 minuto para apresentar ao colega e 2 minutos para fazer anotações sobre o que acredita que foi bom e o que pode melhorar na apresentação. Depois da primeira fala, invertam os papéis. O professor escolherá alguns alunos para se apresentarem para toda a turma. Gravem as apresentações utilizando o celular para que os colegas possam rever suas performances e verificar os apontamentos feitos pelos colegas.



Oratória - Comunicação assertiva

 Aula 02




Oratória

 

Aula 01























segunda-feira, 13 de novembro de 2023

 

Retomando movimentos artístico- -literários pós-Idade Média

O Humanismo foi um movimento de transição entre o Trovadorismo e o Renascimento, um movimento artístico e intelectual que teve seu início no século XIV, com o surgimento da burguesia. Ele foi caracterizado pela presença de elementos medievais e renascentistas, valorizando tanto a Antiguidade Clássica quanto o Antropocentrismo, ou seja, o homem passa a ser visto como o centro de todas as coisas. Autores e obras de língua portuguesa: Gil Vicente (teatro) – criador de autos e farsas famosos (Auto da Barca do Inferno, Farsa de Inês Pereira, entre outros); Garcia Resende (poesia) – criou o Cancioneiro geral, compilação de composições amorosas e satíricas de diversos autores; Fernão Lopes (crônicas) – escreveu crônicas palacianas.

(UEMA 2016) O auto da barca do inferno é uma das três peças que compõem a “Trilogia das barcas” do teatro vicentino. Leia o excerto. ANJO: Que mandais? FIDALGO: Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a barca do paraíso é esta em que navegais. ANJO: Esta é; que lhe buscais? FIDALGO: Que me deixeis embarcar; sou fidalgo de solar, é bem que me recolhais. [...] ANJO: Pra vossa fantasia mui pequena é esta barca. FIDALGO: Pra senhor de tal marca não há aqui mais cortesia?

 

Os diálogos entre o anjo e o fidalgo põem em discussão não

só os valores de um mundo medieval, mas também do mundo

contemporâneo. A atualidade dessa discussão decorre de que

o homem de hoje, ainda, assume falsos posicionamentos

semelhantes ao de uma das personagens da cena. Essa

atualidade é apresentada, por meio de

a. limitações retóricas.

b. atos de falas impositivas.

c. alianças subversivas.

d. falhas na comunicação.

e. comportamentos antidemocráticos.

 

O Renascimento foi um importante movimento de caráter artístico, cultural e científico que aconteceu na passagem da Idade Média para a Moderna. O Antropocentrismo (o homem no centro de todas as coisas) pôs fim ao pensamento teocentrista (Deus no centro de tudo) que reinou durante toda a Idade Média, transformando sensivelmente a forma de o homem ver e se perceber no mundo. Entretanto, isso não significou um rompimento com Deus, mas fez surgir um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. A razão era vista como uma manifestação do espírito e colocava o ser humano mais próximo de Deus. Outra influência foi a corrente filosófica Humanismo.

Renascimento

Período de grandes obras da arte e da literatura universais, como: Petrarca (literatura) – De África e Odes a Laura; Dante Alighieri (literatura) – A divina comédia (século XIV, com características renascentistas); Miguel de Cervantes (literatura) – Dom Quixote de La Mancha (século XVII, Idade Moderna); Giotto di Bondone (artes visuais) – O beijo de Judas, Juízo final, A lamentação e Lamento ante Cristo Morto; Leonardo da Vinci (artes visuais) – Mona Lisa

 

Leonardo Da Vinci escreveu a respeito deste desenho: “Vitrúvio, o arquiteto, afirmava em sua obra sobre arquitetura que as medidas do corpo humano são as seguintes: 4 dedos formam 1 palmo e 4 palmos formam 1 pé, 6 palmos formam um côvado (medida de comprimento antiga, equivalente a 66 cm); e 4 côvados formam a altura de um homem. E 4 côvados formam 1 passo, e 24 palmos formam um homem. [...]”

 

O homem vitruviano, 1492, lápis e tinta sobre papel, Leonardo da Vinci, Gallerie dell’Accademia, Veneza, Itália.

 


 

A partir do que você entendeu sobre o Renascimento,  explique como esta obra, O homem vitruviano, pode ser  considerada um símbolo do movimento.

A obra revela a substituição do pensamento teocêntrico, em que Deus é visto como centro de todas a coisas, para o  Antropocentrismo, em que o homem é o centro de tudo.

Relacione a obra de Leonardo da Vinci com os conceitos do Teocentrismo e do Antropocentrismo.

A obra revela a substituição do pensamento teocêntrico, em que Deus é visto como centro de todas a coisas, para o Antropocentrismo, em que o homem é o centro de tudo.

Classicismo

Foto em preto e branco de homem e texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Movimento cultural, entre os séculos XV e XVI, que propunha um retorno aos valores clássicos das culturas gregas e romanas. Assim, os artistas classicistas retomavam questões de forma e de temas da Antiguidade Clássica. Na literatura portuguesa: • Autor: Luís Vaz de Camões • Obra: Os Lusíadas Classicismo Camões, em Os Lusíadas, romance em forma de poema épico, nacionalista, que exalta as grandes navegações e o povo português. É com essa obra que Camões coloca a língua portuguesa, antes sem projeção, no mapa da literatura.


O Barroco                                                                                                                               

Iniciou-se em Portugal em 1580, ano da morte de Luís de Camões. Foi um período de transição, com avanço da ciência, o que causou atritos com questões religiosas. Na literatura brasileira: • Autor: Padre Antônio Vieira • Obra: Sermões O Barroco Aleijadinho (1738-1814) foi um escultor e arquiteto brasileiro e um grande representante do Barroco nas artes visuais.

 

O Arcadismo

Teve início em Portugal, em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana, e terminou em 1825, com a publicação do romance Camões, de Almeida Garret, que inaugurou o Romantismo português. Na literatura brasileira: • Autor: Cláudio Manoel da Costa • Obra: Obras poéticas O Arcadismo O Arcadismo no Brasil começou no ano de 1768, com o livro Obras poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, que usava o pseudônimo de Glauceste Satúrnio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na prática Soneto VII Onde estou?

Este sítio desconheço:

Quem fez tão diferente aquele prado?

 Tudo outra natureza tem tomado;

E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. (Enem 2016) Linguagens – Interpretação Leia o soneto de Cláudio Manoel da Costa e escolha a alternativa que responde à questão posta no slide a seguir. INEP, ENEM 2016 – Linguagens, caderno amarelo, p. 7)

 

Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! a. angústia provocada pela sensação de solidão. b. resignação diante das mudanças do meio ambiente. c. empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra. d. dúvida existencial em face do espaço desconhecido. e. intenção de recriar o passado por meio da paisagem.

 

No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece c. empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra. Letra C – a empatia entre o eu lírico e a paisagem é criada, porque os males presentes no eu lírico se misturam à paisagem, que surge degenerada. Lembre-se: no Humanismo, o homem é o centro, e não a paisagem.

 

Pesquisa Pesquisem sobre os tópicos abaixo para vocês entenderem um pouco mais os movimentos que estudamos hoje:

I. Humanismo

II. Renascimento Façam um resumo em seu caderno com as principais descobertas sobre cada movimento

 

 

 

 

Humanismo foi um movimento filosófico e literário que ocorreu nos séculos XIV e XV, na Península Itálica.

Inicialmente, o termo era empregado para designar os estudos de humanidades, ou seja: literatura clássica, história, dialética, retórica, aritmética, filosofia natural e línguas modernas.

Mais tarde, recebe este nome porque representa a ideia que o homem estaria no centro de tudo (antropocêntrica), ao contrário da mentalidade medieval, que era teocêntrica.

Aliás, os humanistas rejeitavam o período medieval e chamaram esta época de “Idade das Trevas”, enquanto eles representavam o “Renascimento”.

Na literatura, destacaram a temática mitológica, o hedonismo e a natureza como um lugar de harmonia.

Os filósofos humanistas valorizaram o ser humano, a investigação através de métodos científicos (empíricos) e as ideias da Antiguidade Clássica.

Características do Humanismo

O Humanismo buscava na razão a explicação para os fenômenos do mundo.

Para o humanista, estudioso da Antiguidade Clássica, somente com a ordem era possível chegar à harmonia. Este princípio servia tanto para a arte como para a política.

Desta maneira, surge o antropocentrismo, onde o homem e não Deus estaria no centro do universo.

Não significa que a religião foi abandonada, nem deixou de fazer parte da vida dos seres humanos. No entanto, o homem se vê agora como protagonista da história, dotado de inteligência e vontade, e capaz de mudar seu destino.

Assim, o homem do renascimento não aceita as verdades pré-concebidas, pois tudo deve ser provado pelo meio da experimentação (empirismo).

Características do Humanismo

O Humanismo buscava na razão a explicação para os fenômenos do mundo.

Para o humanista, estudioso da Antiguidade Clássica, somente com a ordem era possível chegar à harmonia. Este princípio servia tanto para a arte como para a política.

Desta maneira, surge o antropocentrismo, onde o homem e não Deus estaria no centro do universo.

Não significa que a religião foi abandonada, nem deixou de fazer parte da vida dos seres humanos. No entanto, o homem se vê agora como protagonista da história, dotado de inteligência e vontade, e capaz de mudar seu destino.

Assim, o homem do renascimento não aceita as verdades pré-concebidas, pois tudo deve ser provado pelo meio da experimentação (empirismo).

Humanismo na literatura

O Humanismo foi um movimento eminentemente literário. Nesta época, a poesia, sempre ligada à música, torna-se um gênero independente.

Os autores recuperaram a temática da mitologia greco-romana e com isso escreveram obras de teatro, poesia e prosa.

O hedonismo estará presente valorizando a mulher jovem, graciosa e de formas harmônicas. Esta ideia será usada também pelos pintores e escultores.

Por sua parte, a natureza será um espaço de paz, tal como havia sido descrita pelos autores latinos.

Importante ressaltar que haverá lugar tanto para mitologia clássica, como para obras religiosas e moralizantes. Afinal, os autores eram católicos e se preocuparam em adaptar esta nova visão de mundo às crenças cristãs.

Autores como Erasmo de Roterdã e Tomás Morus serão os principais nomes do Humanismo cristão com livros sobre espiritualidade e conduta moral, segundo os ensinamentos do cristianismo.

O hedonismo estará presente valorizando a mulher jovem, graciosa e de formas harmônicas. Esta ideia será usada também pelos pintores e escultores.

Por sua parte, a natureza será um espaço de paz, tal como havia sido descrita pelos autores latinos.

Importante ressaltar que haverá lugar tanto para mitologia clássica, como para obras religiosas e moralizantes. Afinal, os autores eram católicos e se preocuparam em adaptar esta nova visão de mundo às crenças cristãs.

Autores como Erasmo de Roterdã e Tomás Morus serão os principais nomes do Humanismo cristão com livros sobre espiritualidade e conduta moral, segundo os ensinamentos do cristianismo.

Em suas obras destaca-se a crítica à sociedade, como podemos encontrar no “Auto da Barca do Inferno”, onde os personagens de diferentes condições sociais entram no barco do Anjo ou do Diabo.

Humanismo renascentista

O Humanismo ocorre dentro do Renascimento, entre os séculos XIV e XV, na Península Itálica, especialmente em Florença.

Na época, esta cidade era um dos centros comerciais mais importantes do mundo. As grandes famílias, como os Médici, os grêmios de trabalhadores e a Igreja se lançaram a patrocinar artistas e literatos para mostrar sua riqueza.

A atividade artística passa a ter grande prestígio social, pois o artista é alguém que agora cria e não repete apenas modelos estabelecidos anteriormente.

Este período se caracterizou pela valorização da Antiguidade Clássica e novas leituras foram feitas de filósofos como Platão e Aristóteles. Igualmente, os descobrimentos geográficos na África e na América ampliaram o horizonte europeu.

Esta mentalidade se espalhou primeiro para os reinos mais próximos à Península Itálica como Espanha e França.

Humanismo na filosofia

O Humanismo na filosofia é uma escola presente tanto no Renascimento como no século XX, quando recebe o nome de filosofia humanista.

Os filósofos do Renascimento como Giannozzo Manetti (1396-1459) valorizavam a experiência terrena do homem. Para ele, o ser humano era um animal racional, dotado de inteligência e sagacidade.

Nesta linha, Marsilio Ficino (1433-1499), defende que a vida espiritual deve se basear numa devoção interior e não através de ritos exteriores.

Finalmente, Giovanni Pico della Mirandolla (1463-1494) resumiu em suas obras o espírito do Renascimento: questionamento, tolerância cultural e religiosa, e obtenção do conhecimento a partir de diferentes saberes.

Humanistas

Além dos autores citados anteriormente, outros escritores humanistas importantes foram:

Lorenzo de Médici (1449-1492): diplomata, poeta e governante de Florença (1469-1492), Lorenzo de Médici manteve o mecenato iniciado por seu avô. Além disso, enviava artistas a distintas cortes europeias, colaborando para difusão da arte humanista. Uma de suas obras mais conhecidas é o canto carnavalesco “O triunfo de Baco e Ariadne”, escrito em 1490.

Nicolau Machiavelli (1469-1527): filósofo, diplomata da República de Florença de 1498 a 1512 e considerado o fundador da ciência política. Seu nome se tornou adjetivo na cultura popular e erudita: “maquiavélico”. Esta expressão foi usada para qualificar seu livro “O Príncipe” (1516), onde defendia que os interesses de Estado devem estar acima de tudo.

Cardeal Cisneros (1436-1517): arcebispo de Toledo, cardeal e regente do reino de Castela, após a morte de Isabel, a Católica. Fundador da Universidade de Alcalá e patrocinador da Bíblia poliglota. Reformou a ordem dos franciscanos, aplicando medidas que só seriam estabelecidas pela Igreja universal quase meio século mais tarde. Também assumiu o Tribunal da Inquisição e impôs penas em dinheiro ao invés de físicas.

Nícolas de Cusa (1401-1464): nascido na Alemanha, cardeal, jurista e teólogo, sua obra mais conhecida é “Da Douta Ignorância”, de 1440. Nesse livro ele faz uma defesa da ignorância, afinal jamais alcançaremos todo o conhecimento. Nem por isso devemos deixar de tentar, pois somente o caminho até Deus (que é inalcançável) aquietará nossa mente limitada.

Humanismo secular

A partir das ideias humanistas do século XIV surge o Humanismo secular, a psicologia humanista e a pedagogia humanista.

Este movimento põe ênfase na dignidade humana, considerando o ser humano como um ser racional, capaz de praticar o bem e evitar o mal. Para isso é preciso cultivar a educação moral, mas também não desprezar as inovações tecnológicas e científicas.

Os humanistas argumentam que, uma vez satisfeita as necessidades fisiológicas do ser humano, ele é capaz de buscar o melhor para si e para a humanidade.

 

RENASCIMENTO

Renascimento foi um movimento cultural, econômico e político, surgido na Itália no século XIV e se estendeu até o século XVII por toda a Europa.

Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica e gerado pelas modificações econômicas, o Renascimento reformulou a vida medieval e deu início à Idade Moderna.

Origem do Renascimento: conceito, mudanças e cidades renascentistas

O termo Renascimento foi criado no século XVI para descrever o movimento artístico que surgiu um século antes. Posteriormente acabou designando as mudanças econômicas e políticas do período também e é muito contestado hoje em dia.

O conceito "Renascimento" carrega a ideia de que esse período trouxe profundas e drásticas mudanças para o contexto europeu. Porém, apesar de ter sido um momento de alterações consideráveis para o velho continente, não houve uma total ruptura com as características existentes na Idade Média.

Afinal, mesmo considerando as mudanças urbanas e no comércio, as cidades nunca desapareceram totalmente e os povos não deixaram de comercializar entre si, nem de usar moeda. Houve, sim, uma diminuição dessas atividades durante a Idade Média.

Observamos, porém, que na Península Itálica várias cidades como Veneza, Gênova, Florença, Roma, dentre outras, se beneficiaram do comércio com o Oriente.

Estas regiões enriqueceram com o desenvolvimento do comércio no Mar Mediterrâneo, dando origem a uma rica burguesia mercantil. A fim de se afirmarem socialmente, estes comerciantes patrocinavam artistas e escritores - uma prática chamada de mecenato - que inauguraram uma forma de fazer arte.

A Igreja e nobreza também foram mecenas de artistas como Michelangelo, Domenico Ghirlandaio, Pietro della Francesa, entre muitos outros.

Cultura renascentista

Destacamos cinco características marcantes da cultura renascentista:

·    Racionalismo - a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento. Tudo poderia ser explicado pela razão e pela ciência.

·    Cientificismo - todo conhecimento deveria ser demonstrado através da experiência científica.

·    Individualismo - o ser humano buscava afirmar a sua própria personalidade, mostrar seus talentos, atingir a fama e satisfazer suas ambições, através da concepção de que o direito individual estava acima do direito coletivo.

·    Antropocentrismo - o homem é visto como a suprema criação de Deus e como centro do universo. O homem agora é o centro do pensamento do próprio homem.

·    Classicismo - os artistas buscam sua inspiração na Antiguidade Clássica greco-romana para fazer suas obras.

Renascimento artístico

Os principais artistas do renascimento foram:

Leonardo da Vinci: Matemático, físico, anatomista, inventor, arquiteto, escultor e pintor, ele foi o estereótipo do homem renascentista que domina várias ciências - a essa característica chamamos de universalismo. Por isso, é considerado um gênio absoluto. A Mona Lisa e A Última Ceia são suas obras-primas.


 

Rafael Sanzio: foi um mestre da pintura e famoso por saber transmitir sentimentos delicados através de suas imagens de Nossa Senhora. Uma de suas obras principais é a Madona do Prado.

Michelangelo: artista italiano cuja obra foi marcada pelo humanismo. Além de pintor, foi um dos maiores escultores do Renascimento. Entre suas obras destacam-se a Pietá, David, A Criação de Adão e O Juízo Final. Também foi o responsável por pintar o teto da Capela Sistina.

O Humanismo renascentista

O humanismo foi um movimento de glorificação do homem e da natureza humana, que surgiu nas cidades da Península Itálica, em meados do século XIV.

 

O homem, a obra mais perfeita do Criador, seria capaz de compreender, modificar e até dominar a natureza. Por isso, os humanistas buscavam interpretar o cristianismo, utilizando escritos de autores da Antiguidade, como Platão.

A religião não perdeu importância, mas passou a ser muito questionada. Assim surgiram novas correntes cristãs, como o protestantismo.

O estudo dos textos antigos, igualmente, despertou o gosto pela pesquisa histórica e pelo conhecimento das línguas clássicas, como o latim e o grego.

Desta forma, o humanismo se tornou referência para muitos pensadores nos séculos seguintes, como os filósofos iluministas do século XVII.

Renascimento literário

O Renascimento deu origem a grandes gênios da literatura, entre eles:

·    Dante Alighieri: escritor italiano, autor do grande poema "Divina Comédia".

·    Maquiavel: autor de "O Príncipe", obra precursora da ciência política, onde o autor apresenta conselhos aos governadores da época.

·    Shakespeare: considerado um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. Abordou em sua obra os conflitos humanos nas mais diversas dimensões: pessoais, sociais, políticas. Escreveu comédias e tragédias, como "Romeu e Julieta", "Macbeth", "A Megera Domada", "Otelo" e várias outras.

·    Miguel de Cervantes: autor espanhol da obra "Dom Quixote", uma crítica contundente da cavalaria medieval.

·    Luís de Camões: teve destaque na literatura renascentista em Portugal, autor do grande poema épico "Os Lusíadas".

Renascimento científico

O Renascimento foi marcado por importantes descobertas científicas, notadamente nos campos da astronomia, da física, da medicina, da matemática e da geografia.

O polonês Nicolau Copérnico, que negou a teoria geocêntrica defendida pela Igreja, ao afirmar que "a Terra não é o centro do universo, mas simplesmente um planeta que gira em torno do Sol".

Galileu Galilei descobriu os anéis de Saturno, as manchas solares, os satélites de Júpiter. Perseguido e ameaçado pela Igreja, Galileu foi obrigado a negar publicamente suas ideias e descobertas.

Na medicina os conhecimentos avançaram com trabalhos e experiências sobre circulação sanguínea, métodos de cauterização e princípios gerais de anatomia.

Renascimento comercial

Todas essas inovações só foram possíveis graças ao crescimento comercial que houve na Idade Média.

Quando as colheitas eram boas e sobravam alimentos, estes eram vendidos nas feiras itinerantes. Com o incremento comercial, os vendedores passaram a se fixar em determinados locais que ficaram conhecidos como burgos. Assim, quem morava no burgo foi chamado de burguês.

Nas feiras era mais fácil usar moedas do que o sistema de trocas. No entanto, como cada feudo tinha sua própria moeda, ficava difícil saber qual seria o valor correto. Dessa forma, surgiram pessoas especializadas na troca monetária (câmbio) e outras em fazer empréstimos e garantir pagamentos, dando origem futuramente aos bancos.

O dinheiro, então, passou a ser mais valorizado do que a terra e isso inaugurou forma de pensar e se relacionar em sociedade, onde os produtos seriam medidos pela quantidade de dinheiro que custavam.

 

 

 

 

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Pronomes relativos

Pronomes relativos são os pronomes que se referem a um termo anterior. Os pronomes relativos são: que, quem, onde, o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quantas.

Exemplo:

Essa é a lista dos documentos. Os documentos foram destruídos.
Essa é a lista dos documentos que foram destruídos.

Neste exemplo, o pronome que se refere aos documentos, ou seja, é relativo à palavra "documentos" e, por isso, é um pronome relativo.

O uso dos pronomes relativos deixa os textos menos repetitivos, além de ligar as ideias de forma mais eficiente.Dentre os pronomes relativos, o pronome que é, sem dúvida, o mais utilizado. É por esse motivo que ele é conhecido como “pronome relativo universal”.

Invariáveis - que, quem , onde.

Variáveis - o qual, os quais,  a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quanta.

Exemplos de frases com pronomes relativos

Que, o qual, os quais, a qual, as quais:

  • E você era a princesa que eu fiz coroar. (Chico Buarque)
  • Os temas sobre os quais falamos são bastante complexos.
  • A Carta de Caminha, a qual inaugura a literatura no Brasil, foi redigida no dia 1º de maio de 1500.

Quem, cujo, cujos, cuja, cujas:

  • Ela era minha professora, a quem admirei ao longo do meu percurso.
  • O funcionário, cujo currículo desconheço, foi promovido.
  • Os trabalhos, cujas interpretações não tenham sido feitas, serão prejudicados.

Quanto, quantos, quantas:

  • Comeu tudo quanto tinha vontade.
  • Trouxe todos os livros quantos conseguiu.
  • Farei tantas exigências quantas forem necessárias.

Onde:

  • O lugar é ali onde eu informei.
  • Não sei onde comprar o livro.
  • Esta é a casa onde passei a minha infância.

A palavra "quando" também é um pronome relativo que exprime noção de tempo:

É a hora quando eu consigo parar para pensar.

Função sintática do pronome relativo

Os pronomes relativos podem desempenhar as funções de: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, adjunto adnominal, complemento nominal, adjunto adverbial e agente da passiva.

Pronome relativo com função de sujeito: A esperança é a última que morre. (o pronome que se refere à palavra "esperança", que é o sujeito da oração)

Pronome relativo com função de objeto direto: Os livros que eu comprei são muito bons. (o pronome que se refere à palavra "livros", que é o objeto direto da oração)

Pronome relativo com função de objeto indireto: Gosto da música que ele canta. (o pronome que se refere à palavra "música", que é o objeto indireto da oração)

Pronome relativo com função de predicativo: Ainda pequena, ela se tornou a grande mulher que é hoje. (o pronome que se refere ao predicativo do sujeito "a grande mulher" desta oração)

Pronome relativo com função de adjunto adnominal: O escritor de cujas crônicas gosto muito vem à escola hoje. (o pronome cujas é adjunto adnominal da palavra "crônicas")

Pronome relativo com função de complemento nominal: Tenho a impressão de que estou atrasado. (o pronome que se refere à palavra "impressão", que é um nome e precisa de um complemento (impressão de quê?), por isso, o pronome tem a função de complemento nominal da oração)

Pronome relativo com função de adjunto adverbial: Fui à praia onde costumava ir. (o pronome onde, que se refere à palavra "praia", é adjunto adverbial da oração)

Pronome relativo com função de agente da passiva: Faz tudo por quem é amado. (o pronome quem, que se refere à palavra "amado", é agente da passiva da oração)


Exercícios sobre pronomes relativos

1. (FIUBE-MG) Assinale o item em que não aparece pronome relativo:

a) O que queres não está aqui.
b) Temos que estudar mais.
c) A estrada por que passei é estreita.
d) A prova que faço não é difícil.
e) A festa a que assisti foi ótima.


2. (UEPG-PR) Assinale a alternativa em que a palavra onde funciona como pronome relativo:

a) Não sei onde eles estão.
b) "Onde estás que não respondes?"
c) A instituição onde estudo é a UEPG.
d) Ele me deixou onde está a catedral.
e) Pergunto onde ele conheceu esta teoria.

3. (Fuvest) Conheci que (1) Madalena era boa em demasia... A culpa foi desta vida agreste que (2) me deu uma alma agreste. Procuro recordar o que (3) dizíamos. Terá realmente piado a coruja? Será a mesma que (4) piava há dois anos? Esqueço que (5) eles me deixaram e que (6) esta casa está quase deserta.

Nas frases acima o que aparece seis vezes; em três delas é pronome relativo. Quais?

a) 1, 2, 4
b) 2, 4, 6
c) 3, 4 , 5
d) 2, 3, 4
e) 2, 3, 5



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Aulas 13 e 14

 Elementos da conclusão do discurso Reconhecer os elementos da conclusão de um discurso;  Delimitar a conclusão de um discurso. “A primeira ...