Tema
da aula: Texto
narrativo ficcional e construção de sentido.
Objetivo
da aula:
Analisar um texto narrativo ficcional, destacando a forma de composição do
gênero e os recursos expressivos e linguístico-gramaticais empregados.
O
título da aula de hoje, “Touca Vermelha e Lobobão”, faz
referência a que conto tradicional?
Levante
hipóteses quanto ao enredo dessa nova versão.
Touca Vermelha e Lobobão
Numa
cidade, ao lado de uma floresta, morava uma menina chamada Daniela que,
frequentemente, usava uma touca vermelha.
Todas
as tardes, Touca Vermelha levava um pouco de compras para sua avó, dona Alice,
que não podia sair de casa por causa da pandemia de coronavírus.
Numa
dessas tardes, ao levar um cesto de peixes para a vovozinha, ela pegou um
atalho que passava perto da floresta onde morava o denominado Lobobão.
Lobobão
era um lobo facilmente enganado pelas pessoas, nenhum adulto tinha medo dele,
no entanto a sua aparência assustava as crianças. E foi exatamente isso que ele
fez com a Touca Vermelha naquela tarde.
A
menina estava apressada, o peixe não poderia estragar, foi quando, de forma
assustadora, o lobo pulou na frente dela e gritou:
—
Buuu, garota!!!! Estou com máscara, mas
sinto cheiro de peixe!!! Me entregue o peixe ou eu vou tossir em você!!!
Daniela,
sem pensar, espirrou álcool em gel na direção do lobo.
Lobobão,
assustado, tampou os olhos e, ao tirar as mãos, percebeu que ela havia deixado
cair um peixe. Achando-se vencedor, gritou:
—
Me dei bem!!!
Pegou
o peixe, começou a comê-lo rapidamente e, esquecendo-se das espinhas,
engasgou-se com uma delas. Desesperado, saiu correndo em busca de socorro.
Chegando ao hospital, viu que havia uma fila muito grande para atendimento.
— Parece que não estou num bom dia!
A
espera foi longa, mas, após algumas tentativas, o médico conseguiu retirar a
espinha da garganta de Lobobão, que voltou para casa refletindo sobre sua
atitude, e prometeu a si mesmo nunca mais assustar as crianças.
Agora,
na cidade inteira, ele é chamado de Lobobom.
Estudo do texto
1. Utilize a legenda para
classificar os marcadores abaixo:
I.
Marcador
de tempoII.
Marcador de lugar
a)
“Numa cidade, ao lado de uma floresta...” (
)
b)
“Todas as tardes...” ( )
c)
“Numa dessas tardes...” ( )
2. Releia: “Lobobão era
um lobo facilmente enganado pelas pessoas, nenhum adulto tinha medo dele [...]”
. Esse trecho justifica o foco narrativo apresentado pelo texto:
(
) narrador-personagem ( ) narrador-observador
3. Por meio de quais
outros nomes os autores fizeram referência à personagem Touca Vermelha?
4. Releia o trecho
abaixo.
“A menina estava apressada, o peixe não poderia estragar,
foi quando, de forma assustadora, o lobo pulou na frente dela e gritou:
— Buuu, garota!!!!
Estou com máscara, mas sinto cheiro de peixe!!! Me entregue o peixe ou
eu vou tossir em você!!!”
Agora,
complete.
No trecho acima,
temos um exemplo de discurso _______________(direto/indireto).
O verbo dicendi
(verbo do dizer) que indica a fala da personagem é _______________.
5.
Ao
darem voz para o lobo, os autores se utilizaram de um recurso expressivo, a
figura de linguagem denominada
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo.
É a primeira vez que se falam.
-- Bom dia...
-- Bom dia.
-- A senhora é do 610.
-- E o senhor do 612
-- É.
-- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
-- Pois é...
-- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
-- O meu quê?
-- O seu lixo.
-- Ah...
-- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
-- Na verdade sou só eu.
-- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
-- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
-- Entendo.
-- A senhora também...
-- Me chame de você.
-- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
-- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
-- A senhora... Você não tem família?
-- Tenho, mas não aqui.
-- No Espírito Santo.
-- Como é que você sabe?
-- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
-- É. Mamãe escreve todas as semanas.
-- Ela é professora?
-- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
-- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
-- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
-- Pois é...
-- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
-- É.
-- Más notícias?
-- Meu pai. Morreu.
-- Sinto muito.
-- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
-- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
-- Como é que você sabe?
-- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
-- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
-- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
-- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
-- Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.
-- Você brigou com o namorado, certo?
-- Isso você também descobriu no lixo?
-- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora.
Depois, muito lenço de papel.
-- É, chorei bastante, mas já passou.
-- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
-- É que eu estou com um pouco de coriza.
-- Ah.
-- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
-- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
-- Namorada?
-- Não.
-- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
-- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
-- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
-- Você já está analisando o meu lixo!
-- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
-- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
-- Não! Você viu meus poemas?
-- Vi e gostei muito.
-- Mas são muito ruins!
-- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
-- Se eu soubesse que você ia ler...
-- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
-- Acho que não. Lixo é domínio público.
-- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
-- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
-- Ontem, no seu lixo...
-- O quê?
-- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
-- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
-- Eu adoro camarão.
-- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
-- Jantar juntos?
-- É.
-- Não quero dar trabalho.
-- Trabalho nenhum.
-- Vai sujar a sua cozinha?
-- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
-- No seu lixo ou no meu?
Entendendo a crônica:
01 – É possível concluir, a partir da leitura do texto que:
a) O lixo produzido pelas pessoas é um dos maiores causadores dos problemas ambientais urbanos.
b) É preciso acondicionar corretamente o lixo para evitar os problemas ambientais.
c) O lixo pode ser uma fonte de informação sobre as pessoas que o produzem.
d) É possível apaixonar-se pelo lixo do outro.
02 – O texto é uma crônica porque:
a) É um texto leve e bem humorado, com linguagem acessível e marcas da oralidade.
b) É um texto leve e bem humorado, rico em vocabulário elevado e cheio de expressões antigas.
c) É um texto elaborado para ser publicado em livro e, por isso, apresenta uma ligação com o momento em que foi realizado.
d) É um texto literário e repleto de recursos poéticos, como metáforas e metonímias.
03 – Há identificação do tempo e do lugar de onde acontecem os fatos narrados?
A identificação de tempo e de lugar também é muito vaga, pois podemos apenas identificar trata-se de um prédio de apartamentos, pela forma como os personagens se referem (a senhora do 610, o senhor do 612).
04 – Onde aconteceu o primeiro encontro das personagens?
a) Dentro do apartamento.
b) Na área de serviço.
c) Na cozinha.
d) No quarto do senhor do 612.
05 – Em “Isso” é incrível! Como você adivinhou? O elemento destacado retoma qual informação no texto?
a) Envelopes no lixo da senhora.
b) Família da senhora.
c) Indiscrição do senhor.
d) Pai da senhora.
06 – De acordo com o texto, qual elemento que faz o senhor chegar à conclusão que a senhora tinha brigado com o namorado?
a) Buquê de flores jogado no lixo.
b) Carteira de cigarros amassados no lixo.
c) Fotografia rasgada.
d) Telegrama amassado no lixo.
07 – Qual a finalidade do texto?
a) Anunciar a importância do lixo.
b) Informar um fato acontecido na rua.
c) Relatar conflitos entre vizinhos.
d) Relatar um início de um relacionamento.
08 – O rompimento do namoro do homem foi revelado:
a) Pela fotografia.
b) Pelas cartas amassadas.
c) Pelo buquê de flores.
d) Pelos poemas escritos.
09 – Qual foi o pretexto utilizado pelos personagens para o início da conversa?
a) A família.
b) O lixo.
c) O namorado.
d) O pai.
10 – Na oração “Na verdade sou só eu”, o “eu” se refere a quem?
a) Lixeiro.
b) Senhor.
c) Serviçal.
d) Senhora.
11 – Todo o diálogo revela uma característica muito comum entre os habitantes das grandes cidades. Qual característica é essa?
a) Amor aos bens materiais.
b) Medo da violência.
c) Poluição das grandes cidades.
d) Solidão e ausência da família.
12 – Pelo texto, o que fez a mulher perceber que o homem recomeçou a fumar?
a) A distância do pai.
b) A morte do pai.
c) O fim do romance.
d) Os comprimidos.
13 – O diálogo introduz aos poucos, muitas informações sobre as personagens. Isso revela que:
a) Eles já se conheciam há muito tempo.
b) Eles não simpatizavam um com outro.
c) Eles possuíam hábitos em comum.
d) Eles sabiam muito da vida um do outro.
14 – De acordo com o que você compreendeu acerca da crônica, é possível afirmar que:
a) Um texto só pode ser considerado crônica se ele estiver publicado em um jornal ou em uma revista.
b) Um texto pode ser considerado crônica por apresentar algumas características peculiares a esse gênero, como a ligação a algum fato do cotidiano, as marcas de subjetividade do autor, entre outros.
c) Um texto pode ser considerado crônica sempre que for narrativo, apresentar marcas de oralidade e determinações do tempo e do lugar onde foi produzido.
15 – Observe o trecho em destaque abaixo e explique, de acordo com a sua opinião e baseado na leitura do texto, por que o autor afirma que o lixo é comunitário e social. “Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social”.
Resposta pessoal do aluno.
16 – O texto é construído com base nas informações que o cronista colhe nos lugares que percorre cotidianamente. Que fato desencadeou os acontecimentos narrados na crônica?
Nessa crônica em especial, vemos como o autor parte de um fato bem comum, do dia-a-dia, o fato de ir colocar o lixo fora, para elaborar um enredo em que os personagens acabam por interessar-se um pelo outro à partir de seu diálogo sobre o lixo.
17 – Existe marcas de oralidade nessa crônica? Confirme com um trecho do texto.
Nesta crônica, o diálogo é o elemento mais marcante de todo o texto, o que implica em uma grande presença da oralidade, através não só de marcas estruturais, como a pontuação.
Ex.: “-- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
Atitudes para manter as boas condições de uma escola:
1. Jogar o lixo no lixo;
2. Manter as paredes sem pichações;
3. Organizar as carteiras na sala de aula;
4. Limpar a lousa;
5. Não depredar o patrimônio escolar;
6. Preservar os trabalhos expostos pelos colegas;
7. Manter as carteiras, o chão e as paredes limpas;
8. Não destruir e nem se apropriar de bens de terceiros.
ATIVIDADE - Elaboração de Cartaz TEMA: Conservação do Patrimônio Escolar. Você também pode criar frases e desenhos que expressem essas atitudes. Envie para a professora quando concluir.