segunda-feira, 13 de novembro de 2023

 

Humanismo foi um movimento filosófico e literário que ocorreu nos séculos XIV e XV, na Península Itálica.

Inicialmente, o termo era empregado para designar os estudos de humanidades, ou seja: literatura clássica, história, dialética, retórica, aritmética, filosofia natural e línguas modernas.

Mais tarde, recebe este nome porque representa a ideia que o homem estaria no centro de tudo (antropocêntrica), ao contrário da mentalidade medieval, que era teocêntrica.

Aliás, os humanistas rejeitavam o período medieval e chamaram esta época de “Idade das Trevas”, enquanto eles representavam o “Renascimento”.

Na literatura, destacaram a temática mitológica, o hedonismo e a natureza como um lugar de harmonia.

Os filósofos humanistas valorizaram o ser humano, a investigação através de métodos científicos (empíricos) e as ideias da Antiguidade Clássica.

Características do Humanismo

O Humanismo buscava na razão a explicação para os fenômenos do mundo.

Para o humanista, estudioso da Antiguidade Clássica, somente com a ordem era possível chegar à harmonia. Este princípio servia tanto para a arte como para a política.

Desta maneira, surge o antropocentrismo, onde o homem e não Deus estaria no centro do universo.

Não significa que a religião foi abandonada, nem deixou de fazer parte da vida dos seres humanos. No entanto, o homem se vê agora como protagonista da história, dotado de inteligência e vontade, e capaz de mudar seu destino.

Assim, o homem do renascimento não aceita as verdades pré-concebidas, pois tudo deve ser provado pelo meio da experimentação (empirismo).

Características do Humanismo

O Humanismo buscava na razão a explicação para os fenômenos do mundo.

Para o humanista, estudioso da Antiguidade Clássica, somente com a ordem era possível chegar à harmonia. Este princípio servia tanto para a arte como para a política.

Desta maneira, surge o antropocentrismo, onde o homem e não Deus estaria no centro do universo.

Não significa que a religião foi abandonada, nem deixou de fazer parte da vida dos seres humanos. No entanto, o homem se vê agora como protagonista da história, dotado de inteligência e vontade, e capaz de mudar seu destino.

Assim, o homem do renascimento não aceita as verdades pré-concebidas, pois tudo deve ser provado pelo meio da experimentação (empirismo).

Humanismo na literatura

O Humanismo foi um movimento eminentemente literário. Nesta época, a poesia, sempre ligada à música, torna-se um gênero independente.

Os autores recuperaram a temática da mitologia greco-romana e com isso escreveram obras de teatro, poesia e prosa.

O hedonismo estará presente valorizando a mulher jovem, graciosa e de formas harmônicas. Esta ideia será usada também pelos pintores e escultores.

Por sua parte, a natureza será um espaço de paz, tal como havia sido descrita pelos autores latinos.

Importante ressaltar que haverá lugar tanto para mitologia clássica, como para obras religiosas e moralizantes. Afinal, os autores eram católicos e se preocuparam em adaptar esta nova visão de mundo às crenças cristãs.

Autores como Erasmo de Roterdã e Tomás Morus serão os principais nomes do Humanismo cristão com livros sobre espiritualidade e conduta moral, segundo os ensinamentos do cristianismo.

O hedonismo estará presente valorizando a mulher jovem, graciosa e de formas harmônicas. Esta ideia será usada também pelos pintores e escultores.

Por sua parte, a natureza será um espaço de paz, tal como havia sido descrita pelos autores latinos.

Importante ressaltar que haverá lugar tanto para mitologia clássica, como para obras religiosas e moralizantes. Afinal, os autores eram católicos e se preocuparam em adaptar esta nova visão de mundo às crenças cristãs.

Autores como Erasmo de Roterdã e Tomás Morus serão os principais nomes do Humanismo cristão com livros sobre espiritualidade e conduta moral, segundo os ensinamentos do cristianismo.

Em suas obras destaca-se a crítica à sociedade, como podemos encontrar no “Auto da Barca do Inferno”, onde os personagens de diferentes condições sociais entram no barco do Anjo ou do Diabo.

Humanismo renascentista

O Humanismo ocorre dentro do Renascimento, entre os séculos XIV e XV, na Península Itálica, especialmente em Florença.

Na época, esta cidade era um dos centros comerciais mais importantes do mundo. As grandes famílias, como os Médici, os grêmios de trabalhadores e a Igreja se lançaram a patrocinar artistas e literatos para mostrar sua riqueza.

A atividade artística passa a ter grande prestígio social, pois o artista é alguém que agora cria e não repete apenas modelos estabelecidos anteriormente.

Este período se caracterizou pela valorização da Antiguidade Clássica e novas leituras foram feitas de filósofos como Platão e Aristóteles. Igualmente, os descobrimentos geográficos na África e na América ampliaram o horizonte europeu.

Esta mentalidade se espalhou primeiro para os reinos mais próximos à Península Itálica como Espanha e França.

Humanismo na filosofia

O Humanismo na filosofia é uma escola presente tanto no Renascimento como no século XX, quando recebe o nome de filosofia humanista.

Os filósofos do Renascimento como Giannozzo Manetti (1396-1459) valorizavam a experiência terrena do homem. Para ele, o ser humano era um animal racional, dotado de inteligência e sagacidade.

Nesta linha, Marsilio Ficino (1433-1499), defende que a vida espiritual deve se basear numa devoção interior e não através de ritos exteriores.

Finalmente, Giovanni Pico della Mirandolla (1463-1494) resumiu em suas obras o espírito do Renascimento: questionamento, tolerância cultural e religiosa, e obtenção do conhecimento a partir de diferentes saberes.

Humanistas

Além dos autores citados anteriormente, outros escritores humanistas importantes foram:

Lorenzo de Médici (1449-1492): diplomata, poeta e governante de Florença (1469-1492), Lorenzo de Médici manteve o mecenato iniciado por seu avô. Além disso, enviava artistas a distintas cortes europeias, colaborando para difusão da arte humanista. Uma de suas obras mais conhecidas é o canto carnavalesco “O triunfo de Baco e Ariadne”, escrito em 1490.

Nicolau Machiavelli (1469-1527): filósofo, diplomata da República de Florença de 1498 a 1512 e considerado o fundador da ciência política. Seu nome se tornou adjetivo na cultura popular e erudita: “maquiavélico”. Esta expressão foi usada para qualificar seu livro “O Príncipe” (1516), onde defendia que os interesses de Estado devem estar acima de tudo.

Cardeal Cisneros (1436-1517): arcebispo de Toledo, cardeal e regente do reino de Castela, após a morte de Isabel, a Católica. Fundador da Universidade de Alcalá e patrocinador da Bíblia poliglota. Reformou a ordem dos franciscanos, aplicando medidas que só seriam estabelecidas pela Igreja universal quase meio século mais tarde. Também assumiu o Tribunal da Inquisição e impôs penas em dinheiro ao invés de físicas.

Nícolas de Cusa (1401-1464): nascido na Alemanha, cardeal, jurista e teólogo, sua obra mais conhecida é “Da Douta Ignorância”, de 1440. Nesse livro ele faz uma defesa da ignorância, afinal jamais alcançaremos todo o conhecimento. Nem por isso devemos deixar de tentar, pois somente o caminho até Deus (que é inalcançável) aquietará nossa mente limitada.

Humanismo secular

A partir das ideias humanistas do século XIV surge o Humanismo secular, a psicologia humanista e a pedagogia humanista.

Este movimento põe ênfase na dignidade humana, considerando o ser humano como um ser racional, capaz de praticar o bem e evitar o mal. Para isso é preciso cultivar a educação moral, mas também não desprezar as inovações tecnológicas e científicas.

Os humanistas argumentam que, uma vez satisfeita as necessidades fisiológicas do ser humano, ele é capaz de buscar o melhor para si e para a humanidade.

 

RENASCIMENTO

Renascimento foi um movimento cultural, econômico e político, surgido na Itália no século XIV e se estendeu até o século XVII por toda a Europa.

Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica e gerado pelas modificações econômicas, o Renascimento reformulou a vida medieval e deu início à Idade Moderna.

Origem do Renascimento: conceito, mudanças e cidades renascentistas

O termo Renascimento foi criado no século XVI para descrever o movimento artístico que surgiu um século antes. Posteriormente acabou designando as mudanças econômicas e políticas do período também e é muito contestado hoje em dia.

O conceito "Renascimento" carrega a ideia de que esse período trouxe profundas e drásticas mudanças para o contexto europeu. Porém, apesar de ter sido um momento de alterações consideráveis para o velho continente, não houve uma total ruptura com as características existentes na Idade Média.

Afinal, mesmo considerando as mudanças urbanas e no comércio, as cidades nunca desapareceram totalmente e os povos não deixaram de comercializar entre si, nem de usar moeda. Houve, sim, uma diminuição dessas atividades durante a Idade Média.

Observamos, porém, que na Península Itálica várias cidades como Veneza, Gênova, Florença, Roma, dentre outras, se beneficiaram do comércio com o Oriente.

Estas regiões enriqueceram com o desenvolvimento do comércio no Mar Mediterrâneo, dando origem a uma rica burguesia mercantil. A fim de se afirmarem socialmente, estes comerciantes patrocinavam artistas e escritores - uma prática chamada de mecenato - que inauguraram uma forma de fazer arte.

A Igreja e nobreza também foram mecenas de artistas como Michelangelo, Domenico Ghirlandaio, Pietro della Francesa, entre muitos outros.

Cultura renascentista

Destacamos cinco características marcantes da cultura renascentista:

·    Racionalismo - a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento. Tudo poderia ser explicado pela razão e pela ciência.

·    Cientificismo - todo conhecimento deveria ser demonstrado através da experiência científica.

·    Individualismo - o ser humano buscava afirmar a sua própria personalidade, mostrar seus talentos, atingir a fama e satisfazer suas ambições, através da concepção de que o direito individual estava acima do direito coletivo.

·    Antropocentrismo - o homem é visto como a suprema criação de Deus e como centro do universo. O homem agora é o centro do pensamento do próprio homem.

·    Classicismo - os artistas buscam sua inspiração na Antiguidade Clássica greco-romana para fazer suas obras.

Renascimento artístico

Os principais artistas do renascimento foram:

Leonardo da Vinci: Matemático, físico, anatomista, inventor, arquiteto, escultor e pintor, ele foi o estereótipo do homem renascentista que domina várias ciências - a essa característica chamamos de universalismo. Por isso, é considerado um gênio absoluto. A Mona Lisa e A Última Ceia são suas obras-primas.


 

Rafael Sanzio: foi um mestre da pintura e famoso por saber transmitir sentimentos delicados através de suas imagens de Nossa Senhora. Uma de suas obras principais é a Madona do Prado.

Michelangelo: artista italiano cuja obra foi marcada pelo humanismo. Além de pintor, foi um dos maiores escultores do Renascimento. Entre suas obras destacam-se a Pietá, David, A Criação de Adão e O Juízo Final. Também foi o responsável por pintar o teto da Capela Sistina.

O Humanismo renascentista

O humanismo foi um movimento de glorificação do homem e da natureza humana, que surgiu nas cidades da Península Itálica, em meados do século XIV.

 

O homem, a obra mais perfeita do Criador, seria capaz de compreender, modificar e até dominar a natureza. Por isso, os humanistas buscavam interpretar o cristianismo, utilizando escritos de autores da Antiguidade, como Platão.

A religião não perdeu importância, mas passou a ser muito questionada. Assim surgiram novas correntes cristãs, como o protestantismo.

O estudo dos textos antigos, igualmente, despertou o gosto pela pesquisa histórica e pelo conhecimento das línguas clássicas, como o latim e o grego.

Desta forma, o humanismo se tornou referência para muitos pensadores nos séculos seguintes, como os filósofos iluministas do século XVII.

Renascimento literário

O Renascimento deu origem a grandes gênios da literatura, entre eles:

·    Dante Alighieri: escritor italiano, autor do grande poema "Divina Comédia".

·    Maquiavel: autor de "O Príncipe", obra precursora da ciência política, onde o autor apresenta conselhos aos governadores da época.

·    Shakespeare: considerado um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. Abordou em sua obra os conflitos humanos nas mais diversas dimensões: pessoais, sociais, políticas. Escreveu comédias e tragédias, como "Romeu e Julieta", "Macbeth", "A Megera Domada", "Otelo" e várias outras.

·    Miguel de Cervantes: autor espanhol da obra "Dom Quixote", uma crítica contundente da cavalaria medieval.

·    Luís de Camões: teve destaque na literatura renascentista em Portugal, autor do grande poema épico "Os Lusíadas".

Renascimento científico

O Renascimento foi marcado por importantes descobertas científicas, notadamente nos campos da astronomia, da física, da medicina, da matemática e da geografia.

O polonês Nicolau Copérnico, que negou a teoria geocêntrica defendida pela Igreja, ao afirmar que "a Terra não é o centro do universo, mas simplesmente um planeta que gira em torno do Sol".

Galileu Galilei descobriu os anéis de Saturno, as manchas solares, os satélites de Júpiter. Perseguido e ameaçado pela Igreja, Galileu foi obrigado a negar publicamente suas ideias e descobertas.

Na medicina os conhecimentos avançaram com trabalhos e experiências sobre circulação sanguínea, métodos de cauterização e princípios gerais de anatomia.

Renascimento comercial

Todas essas inovações só foram possíveis graças ao crescimento comercial que houve na Idade Média.

Quando as colheitas eram boas e sobravam alimentos, estes eram vendidos nas feiras itinerantes. Com o incremento comercial, os vendedores passaram a se fixar em determinados locais que ficaram conhecidos como burgos. Assim, quem morava no burgo foi chamado de burguês.

Nas feiras era mais fácil usar moedas do que o sistema de trocas. No entanto, como cada feudo tinha sua própria moeda, ficava difícil saber qual seria o valor correto. Dessa forma, surgiram pessoas especializadas na troca monetária (câmbio) e outras em fazer empréstimos e garantir pagamentos, dando origem futuramente aos bancos.

O dinheiro, então, passou a ser mais valorizado do que a terra e isso inaugurou forma de pensar e se relacionar em sociedade, onde os produtos seriam medidos pela quantidade de dinheiro que custavam.

 

 

 

 

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Pronomes relativos

Pronomes relativos são os pronomes que se referem a um termo anterior. Os pronomes relativos são: que, quem, onde, o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quantas.

Exemplo:

Essa é a lista dos documentos. Os documentos foram destruídos.
Essa é a lista dos documentos que foram destruídos.

Neste exemplo, o pronome que se refere aos documentos, ou seja, é relativo à palavra "documentos" e, por isso, é um pronome relativo.

O uso dos pronomes relativos deixa os textos menos repetitivos, além de ligar as ideias de forma mais eficiente.Dentre os pronomes relativos, o pronome que é, sem dúvida, o mais utilizado. É por esse motivo que ele é conhecido como “pronome relativo universal”.

Invariáveis - que, quem , onde.

Variáveis - o qual, os quais,  a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quanta.

Exemplos de frases com pronomes relativos

Que, o qual, os quais, a qual, as quais:

  • E você era a princesa que eu fiz coroar. (Chico Buarque)
  • Os temas sobre os quais falamos são bastante complexos.
  • A Carta de Caminha, a qual inaugura a literatura no Brasil, foi redigida no dia 1º de maio de 1500.

Quem, cujo, cujos, cuja, cujas:

  • Ela era minha professora, a quem admirei ao longo do meu percurso.
  • O funcionário, cujo currículo desconheço, foi promovido.
  • Os trabalhos, cujas interpretações não tenham sido feitas, serão prejudicados.

Quanto, quantos, quantas:

  • Comeu tudo quanto tinha vontade.
  • Trouxe todos os livros quantos conseguiu.
  • Farei tantas exigências quantas forem necessárias.

Onde:

  • O lugar é ali onde eu informei.
  • Não sei onde comprar o livro.
  • Esta é a casa onde passei a minha infância.

A palavra "quando" também é um pronome relativo que exprime noção de tempo:

É a hora quando eu consigo parar para pensar.

Função sintática do pronome relativo

Os pronomes relativos podem desempenhar as funções de: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, adjunto adnominal, complemento nominal, adjunto adverbial e agente da passiva.

Pronome relativo com função de sujeito: A esperança é a última que morre. (o pronome que se refere à palavra "esperança", que é o sujeito da oração)

Pronome relativo com função de objeto direto: Os livros que eu comprei são muito bons. (o pronome que se refere à palavra "livros", que é o objeto direto da oração)

Pronome relativo com função de objeto indireto: Gosto da música que ele canta. (o pronome que se refere à palavra "música", que é o objeto indireto da oração)

Pronome relativo com função de predicativo: Ainda pequena, ela se tornou a grande mulher que é hoje. (o pronome que se refere ao predicativo do sujeito "a grande mulher" desta oração)

Pronome relativo com função de adjunto adnominal: O escritor de cujas crônicas gosto muito vem à escola hoje. (o pronome cujas é adjunto adnominal da palavra "crônicas")

Pronome relativo com função de complemento nominal: Tenho a impressão de que estou atrasado. (o pronome que se refere à palavra "impressão", que é um nome e precisa de um complemento (impressão de quê?), por isso, o pronome tem a função de complemento nominal da oração)

Pronome relativo com função de adjunto adverbial: Fui à praia onde costumava ir. (o pronome onde, que se refere à palavra "praia", é adjunto adverbial da oração)

Pronome relativo com função de agente da passiva: Faz tudo por quem é amado. (o pronome quem, que se refere à palavra "amado", é agente da passiva da oração)


Exercícios sobre pronomes relativos

1. (FIUBE-MG) Assinale o item em que não aparece pronome relativo:

a) O que queres não está aqui.
b) Temos que estudar mais.
c) A estrada por que passei é estreita.
d) A prova que faço não é difícil.
e) A festa a que assisti foi ótima.


2. (UEPG-PR) Assinale a alternativa em que a palavra onde funciona como pronome relativo:

a) Não sei onde eles estão.
b) "Onde estás que não respondes?"
c) A instituição onde estudo é a UEPG.
d) Ele me deixou onde está a catedral.
e) Pergunto onde ele conheceu esta teoria.

3. (Fuvest) Conheci que (1) Madalena era boa em demasia... A culpa foi desta vida agreste que (2) me deu uma alma agreste. Procuro recordar o que (3) dizíamos. Terá realmente piado a coruja? Será a mesma que (4) piava há dois anos? Esqueço que (5) eles me deixaram e que (6) esta casa está quase deserta.

Nas frases acima o que aparece seis vezes; em três delas é pronome relativo. Quais?

a) 1, 2, 4
b) 2, 4, 6
c) 3, 4 , 5
d) 2, 3, 4
e) 2, 3, 5



https://www.todamateria.com.br/pronomes-relativos/

Trovadorismo

 O Trovadorismo, também chamado de Primeira Época Medieval, é o período que se estende de 1189 (ou 1198) até 1434.

Em Portugal, esse movimento literário tem início com a Canção Ribeirinha, escrita por Paio Soares de Taveirós. Ele termina com a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista da Torre do Tombo.

A cultura trovadoresca, surgida entre os séculos XI e XII, reflete bem o momento histórico que caracteriza o período. Nele, temos a Europa cristã e a organização das Cruzadas em direção ao Oriente.

Alguns fatores que merecem destaque na Península Ibérica são:

  • a luta dos cristãos contra os mouros para conquistar o território da Península Ibérica;
  • o poder descentralizado na sociedade feudal, onde os reis e os senhores feudais detinham o poder;
  • o compromisso de fidelidade selado entre os nobres do período feudal, chamado de suserania e vassalagem;
  • o poder espiritual concentrado nas mãos do clero, responsável pelo pensamento teocêntrico (Deus no centro de todas as coisas).

Características do Trovadorismo




O trovadorismo foi o primeiro movimento literário europeu (séculos XI a XIV) que se caracterizou pela união da música e da poesia com a produção de cantigas líricas (com foco em sentimentos e emoções) e satíricas (com críticas diretas ou indiretas).

Como principais características do trovadorismo, temos:

1. Forte relação da música e a poesia

No trovadorismo, grande parte dos textos eram produzidos para serem cantados e acompanhados de instrumentos musicais (viola, flauta e alaúde). Isso porque, na Idade Média, a maior parte pessoas não sabiam ler e escrever.

Sendo assim, as poesias cantadas (cantigas) eram memorizadas e recitadas para os nobres que viviam na corte e também para pessoas comuns, por exemplo, nos mercados medievais.

2. Presença de trovadores, jograis e menestréis

Os autores das cantigas, que faziam trovas e rimas, eram conhecidos como “trovadores”, daí o nome do movimento. De maneira geral, os trovadores eram homens pertencentes à nobreza ou ao Clero.

Além dele, haviam os “jograis” e os “menestréis”. Os jograis eram os responsáveis por memorizar as cantigas e recitá-las em locais públicos. Os menestréis também memorizavam as cantigas, mas, além disso, tocava os instrumentos musicais.

3. Produção de cantigas líricas e satíricas

O trovadorismo se destacou com a produção de poesias líricas (cantigas de amor e amigo) e poesias satíricas (cantigas de escárnio e maldizer).

A poesia lírica explora os sentimentos e emoções do autor e, por isso, são escritas em primeira pessoa (eu). Nas cantigas de amor, o eu lírico (a voz da poesia) é masculino e o tema mais explorado é o sofrimento amoroso. Já na cantiga de amigo, o eu lírico é feminino e o tema mais frequente é a saudade e o lamento amoroso da dama que sofre com a ausência do amado.

Já a poesia satírica critica diversos aspectos da sociedade da época, além de ridicularizar as pessoas. As cantigas de escárnio fazem críticas indiretas, enquanto as cantigas de maldizer produzem críticas diretas através de uma linguagem mais grosseira.

4. Amor cortês e vassalagem amorosa

Uma forte característica explorada nas cantigas de amor do trovadorismo é o amor cortês e a vassalagem amorosa. Juntos, esses conceitos representam a submissão e fidelidade amorosa do homem diante de sua amada. Esse sentimento é expresso pela promessa de honrar e servir a dama com humildade e paciência.

Nesse sentido, a mulher é idealizada, inatingível e considerada o ser mais belo e puro. No amor cortês, os homens idealizam as mulheres da corte que eram casadas e, por isso, trata-se de um amor adúltero e incapaz de se realizar.

5. Produção de textos em prosa

Embora o trovadorismo tenha se popularizado e se destacado na produção poética, ele reuniu também diversos textos em prosa, como as novelas de cavalaria, as hagiografias, os cronicões e os nobiliários.

As novelas de cavalaria são textos narrativos que relatam grandes feitos e aventuras fantásticas de heróis e cavaleiros medievais que enfrentavam batalhas e monstros.


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Cantigas trovadoescas

 Cantigas trovadorescas é a denominação concedida aos textos poéticos da primeira época medieval e que fizeram parte do movimento literário do trovadorismo.

Em geral, eram músicas cantadas em coro e, por isso, recebem o nome de "cantigas".

As cantigas trovadorescas estão classificadas em dois tipos:

  1. Cantigas líricas: incluem as cantigas de amor e amigo, que estão focadas nos sentimentos e nas emoções.
  2. Cantigas satíricas: incluem as cantigas de escárnio e maldizer, que usam a ironia e o sarcasmo para criticar ou ridicularizar.

Cantigas de Amor

As cantigas de amor surgiram entre os séculos XI e XIII influenciadas pela arte desenvolvida na região da Provença, no sul da França.

A influência do lirismo provençal foi intensificada com a chegada de colonos franceses na Península Ibérica e que foram lutar contra os mouros ligados a Provença. Além disso, destaca-se o intenso comércio entre a França e a região ocidental da Península Ibérica, alcançando o Atlântico Norte.

Nesse contexto, surge o "amor cortês", baseado num amor impossível, onde os homens sofrem de amor, pois desejavam mulheres da corte que geralmente eram casadas com nobres.

Esse conceito é mais intenso na voz dos trovadores da Galiza e Portugal, que não se limitam a imitar, mas a "sofrer de maneira mais dolorida".


Características e exemplos de cantigas de amor

As cantigas de amor são escritas em primeira pessoa do singular (eu). Nelas, o eu poético, ou seja, o sujeito fictício que dá voz à poesia, declara seu amor a uma dama, tendo como pano de fundo o formalismo do ambiente palaciano. É por este motivo que ele se dirige a ela, chamando-a de senhora.

“Cantiga da Ribeirinha” de Paio Soares de Taveirós

No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vai,
ca ja moiro por vós - e ai!
mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia!
Mao dia me levantei,
que vos enton non vi fea!

E, mia senhor, des aquelha
me foi a mí mui mal di'ai!,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d'haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d'alfaia
nunca de vós houve nen hei
valía dũa correa.

Esse tipo de cantiga mostra a servidão amorosa nos mais puros padrões da vassalagem.

Dessa forma, a mulher é vista como um ser inatingível, uma figura idealizada, a quem é dedicado um amor sublime também idealizado.

Cantiga “A dona que eu am’e tenho” de Bernardo de Bonaval

A dona que eu amo e tenho por Senhor
amostra-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.

A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.

Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.

A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte.

Essas características justificam a presença de um forte lirismo. Esse é representado pela "coisa d'amor" (o sofrimento amoroso); e "coita", que em galego-português, significa "dor, aflição, desgosto". Para os trovadores, esse sentimento é pior que a morte, e o amor é a única razão de viver.

Cantiga “Ai eu de min, e que será?” de Nuno Fernández

Ai eu de min, e que será?
Que fui tal dona querer ben
a que non ouso dizer ren
de quanto mal me faz haver.
E feze-a Deus parecer
melhor de quantas no mund'ha.

Mais en grave día nací,
se Deus conselho non m'i der;
ca destas coitas qual-xe-quer
m'é min mui grave d'endurar,
como non lh'ousar a falar,
e ela parecer assí,

Ela, que Deus fez por meu mal!
Ca ja lh'eu sempre ben querrei,
e nunca end'atenderei
con que folgu'o meu coraçón,
que foi trist', ha i gran sazón,
polo seu ben, ca non por al.

Cantigas de Amigo

As cantigas de amigo originam-se do sentimento popular e na própria Península Ibérica. Nelas, o eu poético é feminino, no entanto, seus autores são homens.

Essa é a principal característica que as diferencia das cantigas de amor, onde o eu lírico é masculino. Além disso, o ambiente descrito nas cantigas de amigo não é mais a corte, e sim, a zona rural.

Os cenários envolvem mulheres camponesas, característica que reflete a relação dos nobres com as plebeias. Esta é, sem dúvida, uma das principais marcas do patriarcalismo da sociedade portuguesa.

Características e exemplos de cantigas de amigo

As cantigas de amigo são escritas em primeira pessoa (eu) e, geralmente, são apresentadas em forma de diálogo. Isso resulta em um trabalho formal mais apurado em relação às cantigas de amor.

Cantiga “Ai flores, ai flores do verde pino” de D. Dinis

- Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?

-Vós me preguntades polo voss'amigo,
e eu ben vos digo que é san'e vivo.
Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amado,
e eu ben vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é san'e vivo
e seerá vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é viv'e sano
e seerá vosc'ant'o prazo passado.
Ai Deus, e u é?

Essas cantigas são a expressão do sentimento feminino. Nesse contexto, a mulher sofre por se ver separada do amigo (que também pode ser o amante ou o namorado). Ela vive angustiada por não saber se o amigo voltará ou não, ou ainda, se a trocará por outra.

Cantiga “Ondas do Mar de Vigo” de Martin Codax

Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo
e ai Deus, se verrá cedo?

Ondas do mar levado,
se vistes meu amado?
e ai Deus, se verrá cedo?

Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro?
e ai Deus, se verrá cedo?

Se vistes meu amado,
o por que hei gram coidado?
e ai Deus, se verrá cedo?

Esse sofrimento é, em geral, denunciado a um amigo que serve de confidente. Os demais personagens que compartilham o sofrimento da mulher são, a mãe, o amigo ou mesmo um elemento da natureza que aparece personificado.

Cantiga “A meu amigo, que eu sempr'amei” de João Garcia

A meu amigo, que eu sempr'amei,
des que o vi, mui máis ca min nen al
foi outra dona veer por meu mal,
mais eu, sandía, quando m'acordei,
non soub'eu al en que me del vengar,
senón chorar quanto m'eu quis chorar.

Mai-lo amei ca min nen outra ren,
des que o vi, e foi m'ora fazer
tan gran pesar que houver'a morrer,
mais eu, sandía, que lhe fiz por én?
Non soub'eu al en que me del vengar,
senón chorar quanto m'eu quis chorar.

Sab'ora Deus que no meu coraçón
nunca ren tiv'eu eno seu logar
e foi-mi ora fazer tan gran pesar,
mais eu, sandía, que lhe fiz entón?
Non soub'eu al en que me del vengar,
senón chorar quanto m'eu quis chorar.

Cantigas de Escárnio

As cantigas de escárnio são cantigas que apresentavam, em geral, uma crítica indireta e irônica. Abaixo, temos um exemplo desse tipo de cantiga:

Cantiga “Ai, dona fea, foste-vos queixar” de João Garcia de Guilhade

Ai dona fea! Foste-vos queixar
Que vos nunca louv'en meu trobar
Mais ora quero fazer un cantar
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!

Ai dona fea! Se Deus mi pardon!
E pois havedes tan gran coraçon
Que vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
E vedes qual será a loaçon:
Dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei
En meu trobar, pero muito trobei;
Mais ora já en bom cantar farei
En que vos loarei toda via;
E direi-vos como vos loarei:
Dona fea, velha e sandia!

Note que nas cantigas de escárnio, podemos encontrar expressões ambíguas, ou seja, com duplo sentido.

Cantiga “A la fe, Deus, senón por vossa madre” de Gil Peres Conde

A la fe, Deus, senón por vossa madre,
que é a mui bõa Santa María,
fezera-vos eu pesar, u diría,
pola mia senhor, que mi vós filhastes,
que vissedes vós que mal baratastes,
ca non sei tan muito de vosso padre.

Por que vos eu a vós esto sofresse,
senón por ela, se lhi non pesasse?
Morrera eu, se vos com'hom'amasse
a mía senhor, que mi vós tolhestes.
Se eu voss'era, por que me perdestes?
Non queriades que eu máis valesse?

Dizede-mi ora que ben mi fezestes,
por que eu crea en vós nen vos servia
senón gran tort'endoad'e sobervia,
ca mi teedes mia senhora forçada;
nunca vos eu do vosso filhei nada,
des que fui nado, nen vós non mi o destes.

Faría-m'eu o que nos vós fazedes:
leixar velhas feas, e as fremosas
e mancebas filhá-las por esposas.
Quantas queredes vós, tantas filhades,
e a mí nunca mi nen ũa dades:
assí partides migo quant'havedes.

Nen as servides vós nen as loades,
e van-se vosqu'e, poi-las aló teedes,
vestide-las mui mal e governades,
e metedes-no-las tra-las paredes.

Cantigas de Maldizer

As cantigas de maldizer são canções cuja estrutura comporta críticas mais diretas e grosseiras. Nelas, são usadas termos de baixo calão, como palavrões, pois o intuito é mesmo agredir alguém verbalmente.

Confira, um exemplo desse tipo de cantiga:

Cantiga de “A mim dam preç', e nom é desguisado” de Afonso Anes do Cotom

A mim dam preç', e nom é desguisado,
dos maltalhados, e nom erram i;
Joam Fernandes, o mour', outrossi,
nos maltalhados o vejo contado;
e pero maltalhados semos [n]ós,
s'homem visse Pero da Ponte em cós,
semelhar-lh'-ia moi peor talhado.

Diferente das cantigas de escárnio, esse tipo de cantiga geralmente identifica a pessoa a ser satirizada, por exemplo:

Cantiga “A dona fremosa do Soveral” de Lopo Lias

A dona fremosa de Soveral
ha de mí dinheiros per preit'atal
que veess'a mí, u non houvess'al,
un día talhado a cas de Don Corral;
e é perjurada,
ca non fez en nada
e baratou mal,
ca desta vegada
será penhorad'a
que dobr'o sinal.

Se m'ela crever, cuido-m'eu, dar-lh'-hei
o melhor conselho que hoj'eu sei:
dé-mi meu haver e gracir-lho-hei;
se mi o non der, penhorá-la-hei:
ca mi o ten forçado,
do corp'alongado,
non lho sofrerei;
mais, polo meu grado,
dar-mi-á ben dobrad'o
sinal que lh'eu dei. 


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